Quando existe um ferimento em qualquer ponto do corpo, imediatamente no local são mobilizadas células e hormônios que promovem a cicatrização do tecido lesado e restauração da pele. A cicatrização normal deve ocorrer em aproximadamente 30 dias. Os curativos e outros cuidados locais mantendo a ferida limpa, contribuem para que a cicatrização possa ocorrer. Pela programação interna do organismo, a ferida deve cicatrizar de forma a retornar o tecido ao mais próximo do que era antes de ocorrer a lesão.
Se a ferida não cicatriza no tempo previsto, ela é denominada “ferida que não cicatriza”. Nesse caso, a área aberta não tem defesa contra as bactérias e sempre haverá infecções de maior ou menor intensidade. Os tecidos ao redor e dentro da lesão devido à falta de circulação formam crostas escurecidas (necroses) que com o tempo se soltam. Aos poucos as feridas que não cicatrizam vão aumentando em diâmetro e profundidade. Em alguns casos, os ossos podem ser alcançados pela ferida e se infeccionam formando osteomielites.
As feridas que não cicatrizam ocorrem mais frequentemente em membros inferiores (pés e pernas) e em pacientes diabéticos, hipertensos ou com outras doenças crônicas. Outro tipo de “feridas que não cicatrizam” são aquelas lesões que ocorrem em pacientes acamados por longo tempo, as úlceras de pressão ou úlceras de decúbito, causadas pela compressão dos tecidos contra uma saliência de osso. São mais comuns na região sacral, mas podem acontecer em qualquer local que tenha um ponto de osso saliente. Essas lesões podem se tornar muito extensas e muito profundas, causando desnutrição no paciente porque as grandes áreas cruentas e infeccionadas consomem muita energia e mesmo assim, geralmente não cicatrizam.
O OHB, como já foi explicado, leva oxigênio em grande quantidade a todos os tecidos. Os mecanismos internos de cicatrização que estavam bloqueados devido à falta de oxigenação, passam a funcionar e a programação de restauração tecidual é retomada. As necroses deixam de ocorrer, a infecção local é controlada; a área aberta começa a apresentar um tecido chamado “tecido de granulação” com aspecto saudável. A recuperação da pele ocorre pela periferia da ferida ou ao redor de ilhas de pele que possam ter sobrado no leito da ferida.
Esses efeitos ocorrem sequencialmente aos poucos. Os demais cuidados com as feridas devem ser mantidos, tais como curativos, controle de doenças crônicas, abandono do cigarro, eventualmente antibióticos em casos de infecções mais graves. É importante saber que todos os tipos de curativo são compatíveis com o OHB e que não há necessidade de serem removidos durante as sessões. Em casos de feridas muito extensas ou profundas pode haver necessidade de procedimentos cirúrgicos como enxertos ou retalhos para promover o fechamento. Nesses casos, logo após a cirurgia retornamos o tratamento com OHB para garantir que não haja perdas de tecidos.